segunda-feira, 8 de novembro de 2010

- Samba

• Paulinho da Viola
Nascido no dia 12 de novembro de 1942, Paulinho da Viola cresceu em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde desde a infância conviveu com a música. Filho de Benedicto Cesar Faria, violonista do grupo de choro Época de Ouro e funcionário da Justiça Federal, Paulinho acompanhou e presenciou grande parte da carreira musical do pai, incluindo as reuniões realizadas em sua própria casa, onde músicos de grande reconhecimento como Jacob do Bandolim e Pixinguinha costumavam passar o tempo tocando e compondo.
Foi assim, no meio de pessoas ilustres, que Paulinho da Viola aprendeu seus primeiros acordes no violão.
Quando jovem, freqüentou diversos blocos carnavalescos ao visitar sua tia Trindade, no subúrbio do Rio. Tal fato influenciou sua formação como sambista, e mais tarde, Paulinho e seus amigos acabaram criando o bloco Foliões da Rua Anália Franco.
Os foliões foram convidados mais tarde a integrar a escola de samba União de Jacarepaguá, onde Paulinho da Viola apresentou o samba “Pode ser Ilusão”.
Aos 19 anos, Paulinho começa a trabalhar em uma agência bancária, local que firmou seu contato com o poeta Hermínio Bello de Carvalho. Ao avistar Hermínio na agência, não hesitou e puxou assunto, descobrindo já o conhecer vista, quando ambos freqüentavam a casa de Jacob em suas reuniões de choro. O poeta o convida para comparecer em seu apartamento, onde teve seu primeiro contato, através de gravações, com a música de compositores como Elton Medeiros, Cartola, Nelson do Cavaquinho e Zé Ketti.
Da parceria com Hermínio surgiram duas obras, Duvide-o-dó e Valsa da Solidão, a primeira gravada por Isaurinha Garcia e a outra por Elizete Cardoso.
Através de Hermínio, Paulinho da Viola passa a freqüentar o restaurante do sambista Cartola e de sua mulher, o Zicartola. Lá Paulinho passa a se apresentar, tocando músicas suas e de outros compositores. Neste momento, Paulinho da Viola começa a encarar a música com âmbito profissional.
Com Zé Ketti, Oscar Bigode, Anescar do Salgueiro, Nelson Sargento, Elton Medeiros e Jair do Cavaquinho, Paulinho da Viola forma o grupo A Voz do Morro, e em 1965, o diretor musical da Musidisc, Luís Bittencourt, grava o primeiro disco do grupo: Roda de Samba. No mesmo ano, devido ao sucesso, o grupo gravou Roda de Samba volume 2, e no ano seguinte Conjunto A Voz do Morro – Os Sambistas.
Na ala dos compositores da Portela, cantou o samba “Recado”, música que o integrou definitivamente ao conjunto. Em 1966, apresentou o samba enredo “Memórias de um Sargento de Milícias”, que garantiu a nota máxima dos jurados, e a vitória da escola naquele ano.
Neste meio tempo, gravou também o musical Rosa de Ouro, que rendeu 2 discos e lançou Clementina de Jesus no cenário musical.
Pela gravadora RGE, lançou o disco Na Madrugada, em parceria com Elton Medeiros, em 1966. No mesmo ano ficou em terceiro lugar no festival de música brasileira da TV Record com a música “Canção para Maria”.
Em 1968 lança seu primeiro disco solo, pela gravadora Odeon, e em 1969 vence o festival da TV Record com “Sinal Fechado”. Ganha primeiro lugar na Feira de MPB da TV Tupi com a música “Nada de Novo”, e na mesma época lança “Foi um Rio Que Passou em Minha Vida”, obra de grande repercussão em sua carreira.
Após a gravação do disco Prisma Luminoso, Paulinho da Viola, já consagrado como músico-compositor, dá um tempo às gravações. Surge na época um novo mercado musical, o Rock Brasileiro, onde as gravadoras começaram a investir seu capital, e ainda, uma vertente do samba, o Pagode, que começou a ganhar cada vez mais espaço nas rádios. Paulinho, desmotivado a se moldar à nova tendência, acaba reduzindo o ritmo de suas gravações.
Tal atitude contribuiu para que os discos posteriores pudessem ser ainda mais bem trabalhados. Em 1989, com o lançamento do disco Eu Canto Samba, ganhou quatro troféus do prêmio Sharp.
Em 1996, grava Bebadosamba, um dos discos mais aclamados de sua carreira, sendo recordista do prêmio Sharp em 1997. Devido ao sucesso, gravou mais dois discos ao vivo: Bebadachama e Sinal aberto, o último em parceria com Toquinho.
Em 2003, lançou o CD Meu Tempo é Hoje, que inclusive rendeu um documentário com o mesmo nome, sob direção de Izabel Jaguaribe.

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